domingo, 28 de setembro de 2008

Dois incidentes, entre muitos...

… ou, talvez, acidentes.

Na sessão da AM de sexta-feira

  1. O senhor presidente da Câmara, não tendo gostado de ouvir o que uma munícipe, em nome de encarregados de educação de uma freguesia do norte do Concelho, leu e que, certo ou errado, foi dito com correcção e sem insultos, respondeu dizendo elel que aquela posição era “de encomenda” e que a munícipe que lera o papel nem o teria escrito. Além da demonstração da sempre latente “teoria da conspiração” apenas uma palavra para o que tinha intenção insultuosa: lamentável!
  2. Na informação que leu, que distribuiu antes, e para que ninguém tivesse dúvidas sobre quem a escrevera, o senhor presidente da Câmara reforçou a impressão digital do seu fino humor. Num parágrafo em que se dirigia ao partido maioritário – como em todo o documento – escreveu “resolvam os nossos problemas e não inventem nem distraiam as pessoas, nem mesmo com os casamentos gay, por cá…”. E para que não se lhe pudesse dar a razão que até teria com tal observação sem aquele enigmático por cá seguido por reticências, ao ler esclareceu melhor dizendo que “por cá se lhes chama outras coisas”. Lamentável!, de novo. Mas também o foi o facto do presidente do “grupo parlamentar do PS” ter embarcado no mesmo humor de fino recorte e, na intervenção seguinte, ter dito que, sendo eleito por cá, também ele chama outros nomes a esses casamentos. E acrescento que nem um nem outro se estavam a referir, ao que julgo, a uma questão de defesa da língua e a substituir gays por homossexuais.

sábado, 27 de setembro de 2008

Sessão da Assembleia Municipal de 26.09.2008

A sessão foi verdadeiramente esclarecedora. Sobre muita coisa e alguma gente. E teve momentos exemplares.
Ver, para exemplo..., este naco de reportagem, em o castelo. Nem faltou, da parte de Sua Excelência o Senhor Presidente da Câmara, a ilustração (ridícula) da teoria da conspiração sob forma de insulto a uma municípe que escreveu e disse como sabe. E bem!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Declaração política geral e de interesse local

Na sessão da Assembleia Municipal de 26.09.2008:

Da última sessão para esta, no curto espaço de dois meses, para mais com Agosto pelo meio, o que então me levou a falar do “horror económico”, citando Forrestier e Rimbaud, confirmou-se e agravou-se.
Há grandes bancos estado-unidenses que se nacionalizam (e não por boas razões…), há seguradoras de dimensão transnacional que vão à falência, há injecções de dinheiro dos bancos centrais, como quem mete para a veia de drogados mais droga como se isso pudesse ajudar à recuperação do que está doente, muito doente.
O capitalismo está em crise, em grave crise. Não que augure o descalabro, a hecatombe. Não. O sistema tem mais fôlegos que o gato mais resistente e há formas de o fazer sobreviver, e de preservar os interesses cada vez mais polarizados, mais concentrados, formas que, se assustam – e muito –, se sabe também que há próceres que não recuarão perante o seu uso, mesmo que isso ponha em risco a Humanidade.
Existe latente um ambiente que chega a aproximar-se do desespero. Nos cidadãos e famílias que se endividaram para ter acesso à satisfação de necessidades que – quantas vezes? – lhes foram artificialmente criadas e para que os salários nunca são suficientes e cada vez menos; nos pequenos e médios empresários que menos vendem e que mais tempo, e cada vez mais, levam a receber o que teriam conseguido vender, além de que a novidade dos pagamentos por conta não perdoa e os juros e outras alcavalas só aumentam.
Há que encarar, com seriedade e realismo uma situação em que as vítimas – como os culpados – são os do costume. Mas em situação muito agravada porque são mais as vítimas, embora em muitos casos em adiamento, e menos os culpados, ou beneficiários. Há que mudar o rumo da economia!
Não é por via de engenharias e arquitecturas financeiras (com negócios e parcerias como panaceias) que lá vamos.
Sobre a “nossa terra” deixo, nesta intervenção, três apontamentos:
Um, de lamento e protesto – a escola do Zambujal parece que vai fechar e porque a Câmara assim o quer pois a DREL até nomeou professores. Invoquem-se os argumentos que se quiser. Nada calará a revolta por ver mais um passo para uma desertificação e/ou transformação em dormitório do que era uma aldeia; nada calará o desgosto de quem assistiu à alegria do içar da bandeira nacional no posto escolar do Zambujal, há uns 60 anos, pelo miudo que era o Xico Santo Amaro e o meu pai, que andara pelas escolas da Vila (dos Castelos), do Vale da Perra e da Atouguia, a chorar de alegria.
Segundo, relativo ao Cercal e à Atouguia, às freguesias, congratulando-me com as melhorias, com o que de novo e melhor foi inaugurado, lamentando o esquecimento inexplicado da capela de S. Sebastião (durante décadas e que, agora, parece - parece - ter sido lembrada, por obra e graça do beato Nuno...).
Terceiro, relativamente ao nosso abastecimento de água. (...) aproveito para dizer que, tendo desenvolvido o que foi trabalho jornalístico sobre as despesas médias por família nem 2007, no distrito de Leiria, o concelho de Ourém não fica “bem na fotografia”: em 17 concelhos é o 13º em despesa para os consumidores do escalão mais baixo (60 m3), quase 30% acima da média, mas já não o é para um 2º escalão (120m3), em 10º e acima 5,4% em relação à média, e menos ainda para o escalão mais elevado (180 m3), 9º lugar e apenas 1% acima da média.
Por último, e para não acabar com a secura dos números, apesar de serem sobre a água..., termino dizendo que tudo na política (Obama e MacKein, PSD e PS) me fazem lembrar ping-pong e um poema de Zé Gomes Ferreira, como sempre cheio de pontaria e genialidade:
«Democracia é alternância»
repetiu de novo a embalar o tédio,
um senhor de sonho espesso.
Como se fosse possível! - ó glória! ó ânsia! –
construir um prédio,
mudando de vez em quando
os mesmos tijolos do avesso.

Os negócios da autarquia

Folheia-se a revista municipal - Ourém em revista -, número de Agosto e, à segunda fotografia de David Catarino, estará, talvez ..., um artigo que merece a pena ler. Arrisca-se.
Começa mal: “Eu cheguei à Câmara há quase 20 anos. Não havia um único computador neste espaço!” . E, depois, vangloria-se do tanto que teria feito neste seu consulado. Consola-se...
É a habitual "alegrinha contentinha", de que falava Alexandre O'Neil. (Quando cheguei ao Parlamento Europeu, há menos de 20 anos (em 1990), nenhum deputado tinha máquina de escrever no gabinete, fui dos primeiros a andar de portátil nos aviões e a colocá-lo sobre a secretária; quando fui eleito para o Colégio de questores, em 1994, nessas funções acompanhei (como questor, i.e., membro da presidência para as questões relativas aos deputados) a construção dos dois novos hemiciclos - de Bruxelas e de Estrasburgo -, pelo que teria contribuido para que, em 1999, cada gabinete de deputado tivesse dois computadores ligados à net... e etc. Só David Catarino me obrigaria a lembrar-me disto e a escrevê-lo.)
Mas o pior vem mais adiante: Na realidade, o My Net não é mais do que uma plataforma de agregação de serviços transversal a todas as áreas de negócio da autarquia. O que não se sabe bem por quem teria sido dito, nem importa porque a responsabilidade é de quem tem a fotografia a encabeçar o texto e é presidente da autarquia que, afinal!, se identifica pelas suas... áreas de negócio!
Por mim, como habitante da autarquia, tenho vontade de emigrar desta "plataforma de agregação de serviços transversal a todas as (suas) áreas de negócios".

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Um convívio e uma festa oureenses

Pretende-se que a apresentação de "50 anos de economia e militância" em Ourém seja um encontro, um convívio, uma festa.
Será em Ourém, o autor é de Ourém, o apresentador é de Ourém, a "animação" terá por base um conto de um escritor nascido na Lagoa do Furadouro, em Ourém, o grupo de amigos que se juntou para preparar essa "animação" tem a assumida colaboração do Grupo de Teatro Apollo, de Pêras Ruivas, Ourém.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Apresentação de "50 anos de economia e militância"

Apresentação do livro
em Ourém, no dia 19 de Setembro, a partir das 19 horas, no espaço Som da Tinta.

Ver pormenores em

Actualizando...

Em tempo julgado oportuno colocou-se aqui um "post".
Actualiza-se:
estamos em 15 de Setembro, e a deliberação da Câmara Municipal de 4 de Agosto, de "transferir para o clube Juventude Ouriense a verba de 16.520,00 euros", assim rectificando igual deliberação de 12 de Maio (em que tinham cometido um erro de soma) continua sem novas (o "clube" só teve conhecimento da deliberação por leitura da acta na "net") nem mandados (com inacessibilidades penosamente vencidas para se saber qualquer coisinha, ou para se ter informação mais que necessária a uma gestão que se procura criteriosa).

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Três notas à espera de trocos

Vive-se um tempo desenfreado de individualismo e de exigência… aos outros.
A deriva orçamental ilustra isso mesmo. Exige-se que os “outros”, para mostrar que merecem benesses da parte de quem se julga com poder porque dele dispõe, façam orçamentados planos e projectos de actividade. Mas aqueles, os que decidem se sim ou não são merecidas as benesses, dão o exemplo da fragilidade dos seus planos, da leviandade dos seus orçamentos.
A experiência na direcção de uma associação chega a ser angustiante.

  • Ao que se tem direito?
  • Como ter direito ao que se tem direito?
  • Quando se pode dispor daquilo a que se tem direito, quanto tempo depois de decidido – após laboriosas provas e contraprovas – que a tal e a tanto se tem direito?

*

O que o Presidente da Câmara disse à Lusa, sobre o “ponto da situação” do custo (e não só) dos novos Paços do Concelho é significativo. E preocupante ou, até, assustador.
Uma “derrapagem” actualizada a 35%, e sem a aquisição de mobiliário (não estava incluído no orçamento?), sem os custos da “requalificação da área envolvente”.
E quanto ao plano para aproveitamento e uso do novo edifício? Previsões um pouco nebulosas, até porque parece que muito vai ficar de fora, contrariando a concentração que justificava a obra.
A afirmação certa certa é a de que “o edifício estará pronto até ao fim do ano”… para ser inaugurado pelo actual Presidente da Câmara, antes de, ao que parece, deixar de o ser.
Fica a obra, a placa (talvez o busto) e a dívida. Dentro daquele princípio, ao que parece inventado em Ourém, quem o vai utilizar que o pague!

*

Uma última nota. Sobre o que considero preocupante ou, até, assustador:
Parece que vai haver um “espaço de mostra na antiga cadeia”, onde o Presidente da Câmara terá dito (está entre aspas) “que se diz que os videntes de Fátima foram interrogados”.
O amigo Henrique de Oliveira Santos, filho de Artur e estrénuo defensor da verdade histórica com que conviveu, está no limite das suas forças. Mas eu ainda me sinto com algumas para procurar evitar, ou pelo menos denunciar, (mais uma) forma de tentar tornar uma mentira numa verdade histórica.

1 de Setembro = a começo de

Esta data corresponde a um começo. Ainda para mais, este ano caiu a uma segunda-feira.
Para quem está ligado às actividades desportivas é o início da época. Embora as preparações tenham começado uns dias antes, e até o campeonato nacional de futebol já vá na 2ª jornada.
No Juventude Ouriense, a patinagem já arrancou (e bem, como sempre) e a preparação oficial do hóquei sénior começou sexta-feira.

Um grupo de trabalho renovado. Pessoalmente, como presidente da direcção, estou satisfeito (tanto quanto se pode estar...). Com um grande reconhecimento pelos que sairam, e que como amigos sairam, reforçou-se a componente de "formados" no clube, com dois regressos, com a continuidade do capitão e (espera-se) com maior recurso aos júniores, rejuvenesceu-se o grupo com o ingresso de três jovens, reitera-se a total confiança nos que ficaram, muito particularmente nos que passaram a compor a nova equipa técnica. Vamos, todos!, trabalhar para que seja uma época tranquila e sem sobressaltos, sem objectivos préfixados mas com ambição. Prevaleço, pessoalmente, o convívio e o "espírito de grupo", sem os quais nada é possível.

Também serve, este "blog", para desabafos pessoais. Nada fiz para, em meados de 2005, me ver nestas andanças e responsabilidades. A minha dificuldade em dizer não! a amigos e a projectos colectivos foi determinante. Passaram três anos. Com uma subida e manutenção na 1ª divisão, que parece ter sido a realização de um sonho - e que sonho continua, após a descida -, dados os apoios e as condições em que tivemos de competir entre as 14 melhores equipas do hóquei nacional. Sem, em algum momento, termos envergonhado "a terra" e, muitas vezes, valorizando o seu nome. Também com relevantes resultados na patinagem, com os iniciados e os júniores do hóquei nas divisões nacionais, com um título regional no futsal junior (que, tal como os juvenis, não existia). Com mais modalidades - ioga, karting - e praticantes.

No plano pessoal, uma grave intervenção cirúrgica - não escolho palavras: aos 70 anos, extirparam-me um cancro no cólon - logo no final da 1ª época, e problemas que nunca esperaria vir a confrontar.

Não teremos acertado sempre, teremos errado algumas vezes, mas quando reconhecemos o erro não hesitámos em o corrigir. Fizemos o melhor que fomos capazes, e que estava nas nossas capacidades - nalguns casos, superadas.

A mágoa funda que situações pessoais me trouxeram, com indesejadas tensões e afastamentos - tendo-me sentido, por vezes, agredido e ofendido, e visto obrigado a ser intransigente - com o triste esfriamento de amizades sólidas, teve a compensação da ter visto criados novos laços de muito respeito e alguns de admiração e amizade. E, sobretudo, com uma intocável tranquilidade de consciência.

Esta época que hoje abre (como se uma porta fosse) justifica este escrito, que é uma palavra de esperança, um voto de confiança e um apelo para que os oureenses vejam, no trabalho que está a ser feito, um contributo (a que se tem de juntar o seu) para realizar um projecto

associativo, desportivo, oureense