segunda-feira, 29 de março de 2010

Congresso - 4 (o jantar dito da diáspora)


Sempre discordei do nome (e não calei a discordância). Para o Presidente da Câmara era visível o encantamento pela designação. Prevaleceu, como teria de ser - e não me queixo! -, o gosto pelo som da palavra sobre o seu significado.

É que diáspora, além do mais, tem um profundo significado, e um congresso de Ourém, com as comunidades emigrantes (informais quase todas, até porque nem sabemos de inventários), com os oureenses que existem espalhadas pelo mundo bem justificaria uma atenção para elas, e o pêso da designação implicava uma enorme responsabilidade. Diria mesmo que teria todo o cabimento um Congresso da Diáspora Oureense (embora continuasse com reticências à palavra...). Talvez até não realizado em Ourém.

Aliás, muito me lembrei de, no mandato de 1997/2001 da Assembleia Municipal, se ter ensaiado (e concretizado!) a realização de sessões temáticas do orgão, em Agosto de cada ano, a que, descentralizadamente, se ligaram os nossos emigrantes. Era para ser um começo...

O jantar em Caxarias, no sábado, foi um acto falhado deste Congresso, e não o teria sido se tivesse sido um jantar de convívio, Mas foi-o pelo que se escolheu para seu nome, e o que se quiz que representasse sem nada se ter feito para que assim fosse. A questão da Casa de Ourém, mesmo que forçadamente se considere adaptável ao tema da diáspora, não podia aparecer como recurso e merecia outra abordagem.

Esta a minha opinião, evidentemente.

Congresso - 3 (as faltas de comparência)

O Congresso foi razoavelmente frequentado.

Era importante o que se passava "no palco". O que se dizia, mostrava e confrontava como exposição e interpretação de situações e evoluções, ideias e propostas. E houve, nesse plano, muita coisa boa. Para aproveitar. Para o futuro. Se para este se quiser ter mais que um olhar.

Mas. Mas, apesar de ter havido sempre interessados "na plateia" - mesmo num domingo em que a manhã recuara para madrugada -, ainda que se tivesse esboçado, apenas esboçado..., alguma participação, de modo nenhum foi satisfatória a afluência ao Congresso.

Houve, a meu ver, faltas de comparência a assinalar. Além de algumas pessoais, de que cada um registará as que sentiu, e eu senti a de alguns que sei serem oureenses de dentro de si, não pude deixar de reparar em dois tipos de ausência:
  • as de congressistas quando não eram protagonistas;

  • as de representantes cimeiros de estruturas partidárias locais.

Congresso - 2

Foram dias intensos. Intensamente oureenses. Para quem assim vive. Para quem assim os viveu. Pena não sermos mais. Era preciso termos sido mais!
Em que, pré-congresso, as freguesias mais uma vez se mostraram, na mostra do que são - e do que poderiam ser -, as escoras de todo um ordenamento administrativo, dependente de interesses partidários e do que estes servem. E que continua por completar porque falta um escalão intermédio fundamental. Descentralizar é difícil. Mas é possível em democracia e sem descentralização não há verdadeiramente democracia.
Foi bom ter-se «congressado». Muito melhor poderia ter sido. Muito mais terá de ser!
.

Os filósofos têm apenas interpretado o mundo

de maneiras diferentes;

a questão, porém, é transformá-lo.

(11ª das Teses sobre Feuerbach, de K. Marx)



domingo, 28 de março de 2010

Congresso

Dois dias de congresso.

Por agora, só o cansaço e a satisfação por ter ao fim.

De ressaca e a digerir...Há tanto para congressar!

quinta-feira, 25 de março de 2010

São assim as (algumas) gentes

Há um parceiro que coloca uma mensagem não só mais que discutível (eu, por mim, acho-a completamente irreflectida, despropositada, seguidista) como contendo erros. Eu, ou um heterónimo por mim - porque nada assino anónimo... o que seria uma incngruência -, mete um comentário, soft, com ironia em dose mínima mas, sobretudo, chamando a atenção para os erros.
Pois o fulano não publica o comentário, corrige os erros e nem um obrigadinho deixa. 'Tá bem... É assim. E assim, sem assumirem os erros, nunca se corrigirão. É uma pena.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Liberdade-liberdades

Depois de ler este texto de Sérgio Faria em O Castelo:

Quando publiquei reflexões à volta desta diferença entre viver em liberdade e viver com liberdades, sabia que não me iria surpreender se alguém tivesse alguma reacção. Surpreendeu-me a reacção de quem e aquela. Não esperava aquela reacção naqueles termos e naquele sítio, e não a esperava de quem esperei (e muito desejei) outras que não tive.
Noutras circunstâncias – e noutros lugares – penso que aproveitaria a oportunidade para uma troca de ideias e um confronto de concepções e conceitos talvez interessantes, pelo menos para mim. Lamento que não nestas.
Assim, apenas deixo duas observações.

  • Uma, comprovando que S.F. não entendeu (porque não quis?) o que eu escrevi. Na verdade, a distinção entre liberdade e liberdades pode aparecer ou ser tratada como falaciosa, mas é este tratamento que mostra não ter entendido (ou não ter querido entender) ao transformar o que está escrito como excessivas liberdades em «excesso de liberdade». Aí está uma diferença essencial: eu nunca escreveria excesso de liberdade mas reescrevo, persisto e assino que há liberdade em falta e liberdades (de) excessivas ou em excesso. Tal como, entre as liberdades de, para mim não faz o mesmo sentido a «liberdade de submeter e subjugar o mais fraco» (ligada à «liberdade de explorar» e, por isso, entre vírgulas e antes de acrescentado «independentemente das potenciais ou virtuais liberdades que este possa ter») e a «liberdade de apalpar ou sovar gajas»... e outras de idêntica formulação e intenção irónico-graciosa e amesquinhadora. Diria, isso sim!, que faz todo o sentido incluir na lista das liberdades de contra as quais luto em defesa da liberdade como a entendo, a «liberdade de discriminar socialmente (e politicamente, e economicamente, e culturalmente) em função do sexo» e outras que, nas leis e afirmações de direitos, até podem estar hipocritamente condenadas.
  • Outra observação, para sublinhar que S.F., no “miolo” do seu texto explicita os seus conceitos por forma a confirmar que algumas liberdades (com ou sem aspas) não são liberdade ou que não são liberdade algumas liberdades. Pergunto se nestas incluiria ele a do livre mercado e a da livre circulação de capitais, tão liberdades, tão libérrimo um e tão libertina outra que muitas outras liberdades condicionam, vedam ou tornam tão-só virtuais para tantos e tantos, ou até as contrariam.

Sobre preconceitos e fés (boas ou más) nada acrescento pelo que, por fim, refuto a etiquetação, no início do texto, das variantes, em alternativa, beata ou pagã da concepção que adoptei de liberdade – enquanto consciência da necessidade –, como recuso, por ofensiva, a vocação para incorporação «em manada» de quem tem da liberdade um conceito que não tende a esgotar-se «em solidão».

No plano pessoal, sinto-me em liberdade desde quando tomei consciência (e partido), mesmo quando privado brutalmente de liberdades, com excepção de momentos em que (brutalizado) perdi consciência (e partido), logo recuperados para, com essa recuperação, em solidão recuperar a minha liberdade, ainda que preso, ainda que sem liberdades.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Casa de Ourém

Parece que ando a fugir de falar deste tema. E, se calhar, ando...
Mas não deixo de o acompanhar. E de registar. E de, com alguma emoção, agradecer - a quem e onde - isto que foi publicado.
Vou respirar fundo, pensar no que o meu pai gostaria que eu dissesse, e já volto...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Informação ao vivo - PEC e o mais que for

No domingo 21, às 17.30, vai continuar esta iniciativa, no Centro de Trabalho do PCP.
Estava (mais ou menos...) programado uma informação ao vivo sobre o Dia Internacional da Mulher mas a actualidade impôs-se. Há que conversar sobre o PEC (e o OE2010) e a morte do preso cubano, que encheram a comunicação social com que nos... formatam. E, também, sobre o Congresso de Ourém a 26, 27 e 28 de Março. E o mais que for.

A visita do Papa

Vale a pena ler!
E reflectir um pouco.
Apenas acrescento que, ainda assim, Paulo VI recebeu, em Roma, Agostinho Neto, Amilcar Cabral e Marcelino dos Santos, assim impedindo que Salazar e os seus continuassem a tratar como terroristas lutadores pela auto-determinação das suas pátrias e povos, o que bastante incomodou o ditador e quem ele servia.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Justa homenagem

Recebi um convite, da Câmara Municipal de Ourém, para estar presente numa homenagem a António Pereira Afonso com que me congratulo.

Já tinha decidido ir, informado pela família, e não faltarei, como espero que muitos oureenses não faltem.

O Tó Á ben merece todas as homenagens, até para compensar as malfeitorias que foram feitas ao trabalho que deixou, com todo amor a Ourém. É um dos nossos oureenses inesquecíveis!, e a que temos de estar gratos.

terça-feira, 9 de março de 2010

A política cá por Ourém

Há ou não há oposição em Ourém?
Antes... o PSD/Catarino iludia, esmagava, agredia a oposição.
Hoje, o PS/Paulo Fonseca & Cª. ilude, menospreza, seca a oposição.
Oposição, há... mas a/s «situação/ões» faz/em de conta que não.