quinta-feira, 29 de março de 2012

As pedreiras (dentro) de Boleiros - 2

A qualidade de vida em Boleiros começa a ser insuportável para os seus habitantes. Pelo menos para alguns, até porque parte das causas dessa ausência progressiva de qualidade de vida ou não é visível (mas respira-se!) ou não se ouve em horas em que os que trabalham fora da povoação estão nas sua tarefas (embora ainda haja quem procure trabalhar e viver durante o dia em Boleiros).
A população manifestou-se, talvez timidamente e talvez sem a força de uma unidade e convicção unânime que dá... força. Mas com suficiente vigor para o caso (diriamos escândalo) se conhecer e vir à comunicação social. Não fomos os primeiros, nem disso nos reivindicamos, mas queremos dar o nosso contributo, e servir de veículo para outros. Porque as pedreiras dentro de Boleiros merecem atenção e divulgação. Em nome de quem lá (ainda) vive.
Perante esssa reacção da população, e as suas posições junto das autarquias (Junta e Munícípio), a Câmara Municipal veio... esclarecer, por si em comunicado e, em entrevista, pelo seu membro responsável e habilitado.
Ficou publicamente confirmado que as câmaras têm limites para as suas competências, que reuniu a 25 de Janeiro com quem terá mais e outras competências, e que alterou o trânsito no povoado. Parece-nos bem pouco, mesmo para as escassas competências...
Como parece que há quem também ache pouco, talvez tenham - a Câmara e a Junta - que se arrogar mais e melhores e mais expeditas competências e colocar, por exemplo, a questão dos licenciamentos que não existem ou estão em derrogação.
Insistimos: tudo depende da disposição dos habitantes. Ou reforçam as suas posições ou desistem, o que pode traduzir-se em mais casas vazias e infraestruturas abandonadas e mais espaço que era de habitar e viver para exploração de pedreiras. Em resumo, numa povoação em vias de extinção.

quinta-feira, 15 de março de 2012

As pedreiras (dentro) de Boleiros

O caso das pedreiras dentro de Boleiros, não sendo antigo, está a tomar proporções de escândalo. Porque a laboração se intensifica, porque palmo a palmo as pedreiras vão tomando o lugar de áreas de cultivo e também de casas e lojas que vão comprando e muitas estão já abandonadas.
Por convite/convocatória de habitantes da povoação, fomos ver a situação.Há um processo em curso, lento e quase clandestino (até porque, das 4 pedreiras nuama área de ceerca de 80 mil metros quadrados duas das pedreiras em laboração não estão licenciadas e a licença de uma outra é de 1988, ver acta da Câmara Municipal de 21.02.2012), em que a população vai respirando um pó nem tão invisível como isso, vai ouvindo um ruido não tão grande que ensurdeçamas decerto nocivo, vai vendo o seu espaço dia a dia menos habitável. Uns desistem e vão-se embora, outros que aqui puseram as suas poupanças de emigrantes, e construiram casas para as reformas, perderam vontade de o fazer. 
A pergunta a roçar a angústia é o que fazer?, a quem recorrer?, que vias usar? Até porque, a título individual, as queixas são muitas, vários contactos têm sido feitos, embora haja também quem pareça indiferente ao ar que respira ou espera uns centos de euros para trocar de terra.
É uma povoação em perda. Com jardim infantil, lar de idosos, actividade desportiva e cultural. Em processo de desertificação perante o desespero de uns e a apatia (aparente) de outros.

Num blog - aventar - além da foto, pode ler-se uma mensagem que aborda o tema numa perspectiva que merece ponderação, e reflecte os esforços de alguns que não se resignam a ver a sua terra transformar-se numa enorme pedreira, como facto consumado e sem sequer cumprir preceitos que as responsáveis autárquicos e centrais têm a obrigação de fazer cumprir. Pode ser visto aqui.
A "solução" não se pode confinar à aprovação, em sede de câmara municipal, de mudanças de trânsito e colocação de respectivos sinais, como parece pretender-se na referida acta de 21.02.2012!

Claro que voltaremos ao assunto, embora tudo dependa da vontade e da mobilização da população junto dos orgãos para cuja eleição contribuiu!

segunda-feira, 12 de março de 2012