Neste domingo, em conversa com amigos no Vale da Perra, foi falado do que está a acontecer ao antigo edifício da Escola que ali houve até recentemente. Do seu aproveitamento para actividades interessantes, sobre que vale a pena conversar. E estimular. E divulgar.
Ao fundo, a moldura, belíssima, dos Castelos a encimarem as Silveiras. Quase um encantamento.
De repente, uma grande tristeza tudo enevoou.
Porque me lembrei do meu pai. Que me levava a conhecer as duas pequenas propriedades que tinhamos nas Silveiras, uma sendo vinha, que atravessava todas as manhã para ir à escola dos Castelos, nos primeiros anos do século vinte, e contava, como quem ensina, como foi bom ter passado a poder ir às escolas que abriram no Vale da Perra e na Atouguia, mostrando também a sua alegria e orgulho por ter contribuído para a Escola Primária (primeiro só posto escolar) no Zambujal.
Escola do Zambujal em 2004
(estão menos de 19?, feche-se!)
Um tristeza. Funda, impotente. Não por me lembrar do meu pai, tantas vezes lembrança que me alegra, mas por ver destruirem-se sinais de progresso, de valorização do chamado "interior", a destruição de um futuro humanizado em nome de um progresso que é estatistificação de tudo, no fundo a redução de tudo a cálculo monetário e negócio.
Como o ilustra essa notícia absurda de que o serviço público dos correios deixou de se prestar num edifício público na sede da freguesia ("os correios agora são na loja da Paula"!!!), parendo-me ter recuado décadas!