quinta-feira, 9 de maio de 2013

9 de Maio de 2013 - dias de agora - questões de ética


09.05.2013
Para aqui (dias de agora) e para ali (anónimosecxxi):    
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Corre uma aragem (suave e malcheirosa)
Corre uma aragem de estupefacção e escândalo pelas urbes. 
Pela grande urbe, que soma as cidades e vilas do espaço pátrio, por esta pequena urbe que é a cidade de Ourém, onde tenho raízes e vivo. Nalguns locais das urbes, em cafés e tertúlias, a aragem toma ares de escândalo. Mas escândalo calmo e sem que faça as gentes amofinarem-se à maneira de auto vicentino.
Ao fim e ao resto, há muito tolerância e resignação sobre questões de moral ou ética, e esconde-se, sob a capa que encolhe os ombros do “são todos iguais...”, haver a fraqueza de, bem no fundo de nós, todos nos julgarmos assim. O que tem algo de verdade embora nada tenha de justo relativamente a alguns de nós que, sendo iguais a todos, querem ser diferentes e muitos diferentes sejam.
Talvez por isso, ao redor das urbes, pelas aldeias e povoados (mais e mais desPovoados...), e pelas gentes que, habitando as urbes, vive como se estivesse à margem dos acontecimentos e imune aos noticiários, campeia ou a indiferença ou, em número crescente de casos (e casas), o desespero que paralisa e pode ser explosivo.
Mas… mas não se tergiverse. Por agora… 
Que aragem que corre é essa? Será a que leva aos comentários sobre o Passos e o Portas (com variantes, em lugares e gentio mais “dentro das coisas”, entre o Gaspar e o Álvaro, ou – como parece já ter sido e, por agora, não será – entre o Seguro e o Costa, ou sobre as opiniões aos quatro ventos e cantos de rectângulos televisivos      propaladas dos Marcelos, Manuelas, Marques, Mendes, Sócrates, Morais, Sarmentos, e mais uns poucos mas bastantes e, esses sim, sempre os mesmos e todos iguais…).
É que, para usar imagens de beira-mar, os pares ou parceiros, estão nos mesmos barcos e parecem remar para destinos diferentes, ou até contrários, com um fulano ao leme a assobiar para o lado e a dizer que os assobios são avisos à navegação pela qual, afinal, ele é responsável-mor e desde há décadas de governança e presidência da res pública.
Parece que assim é… se não é que não se quer dar a ideia de que não se entendem os que muito bem lá se arranjam entre si, embora incapazes de encontrar um rumo que os tire do remoinho das águas turvas e pantanosas em que patinham. No entanto, em resumo, a aragem que sopra traz a pergunta que raio de coligação é aquela, que partidos são aqueles que tão partidos estão… ou parecem estar?
Isto é pela urbe das urbes. Por aqui, pela pequenina cidade, a brisa animou localmente com a candidatura deolinda pelas listas do PS. Ora aqui estava um tema para conversa e comentário urbano. Então a senhora, a indefectível PSD (a “nossa (oureense)” Helena Roseta dos velhos tempos desta ser o símbolo feminino dos pêpêdês), a actual presidente da Assembleia Municipal, eleita numa lista e (crê-se) com um programa autárquico PSD, passa-se para candidata noutra lista e (talvez) programa concorrente, sem falar de polémicas e tricas no decurso destes anos, que décadas são, de rivalidades aparentemente irreconciliáveis, e (pasme-se!) ainda e mantendo-se de posse e pose no lugar a que acedeu por mandato de representação eleitoral a partir dessa outra lista e desse (eventual) programa?
No meio do palavreado à solta, salta o argumento, popular e acertado (ou “assertivo”, como dizem bem-falantes), que “só os burros é que não mudam” a jeito de paleio de advogado de defesa, enquanto outros atiram cobras e lagartos abrangendo toda a “classe política” e a sem-vergonha de vira-casacas que seria apanágio dos… “políticos”. Como se todos fossem iguais e não fossemos todos políticos com adiferença de uns de nós termos o direito (e o dever) de escolher alguns de nós para nos representarem por tempo de mandatos e em determinadas funções. Como a de membro de uma assembleia de freguesia, de uma assembleia ou vereação municipais, de uma deputância em S.Bento ou algures na União Europeia. De nos representar que para isso nos é pedido o voto nesta democracia que a isso se quer resumir.
E não é isto mesmo, o respeito por um conceito de democracia representativa (mesmo reduzido ao seu mínimo significado) que está em causa?  
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Mas por aqui me fico, nestes dias de agora, e fica muito mais por dizer, ou seja, por escrever.
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‘Inté já.
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Ah! e a propósito de outros escritos: 
apesar de... toda a simpatia pessoal e até de excelente convivência, não posso aceitar sem denúncia clara e pública de atitudes e opções políticas, cidadãs e cívicas, que condeno em nome de uma democracia por que sempre lutei e luto."Em política não vale tudo"

Deolinda Simões tem todo o direito de ser candidata por onde entender, não tem o direito, no plano da ética política, de ser presidente da Assembleia Municipal um dia mais depois de ter sido pública a sua candidatura por outro partido que não aquele que a levou àquele lugar. 
No nosso ordenamento democrático, ninguém votou, ou vota, em Deolinda Simões, Paulo Fonseca, Luís Albuquerque, Sérgio Ribeiro, ou seja em quem for, mas nas listas e programas que eles possam encabeçar! 

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