segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Três notas à espera de trocos

Vive-se um tempo desenfreado de individualismo e de exigência… aos outros.
A deriva orçamental ilustra isso mesmo. Exige-se que os “outros”, para mostrar que merecem benesses da parte de quem se julga com poder porque dele dispõe, façam orçamentados planos e projectos de actividade. Mas aqueles, os que decidem se sim ou não são merecidas as benesses, dão o exemplo da fragilidade dos seus planos, da leviandade dos seus orçamentos.
A experiência na direcção de uma associação chega a ser angustiante.

  • Ao que se tem direito?
  • Como ter direito ao que se tem direito?
  • Quando se pode dispor daquilo a que se tem direito, quanto tempo depois de decidido – após laboriosas provas e contraprovas – que a tal e a tanto se tem direito?

*

O que o Presidente da Câmara disse à Lusa, sobre o “ponto da situação” do custo (e não só) dos novos Paços do Concelho é significativo. E preocupante ou, até, assustador.
Uma “derrapagem” actualizada a 35%, e sem a aquisição de mobiliário (não estava incluído no orçamento?), sem os custos da “requalificação da área envolvente”.
E quanto ao plano para aproveitamento e uso do novo edifício? Previsões um pouco nebulosas, até porque parece que muito vai ficar de fora, contrariando a concentração que justificava a obra.
A afirmação certa certa é a de que “o edifício estará pronto até ao fim do ano”… para ser inaugurado pelo actual Presidente da Câmara, antes de, ao que parece, deixar de o ser.
Fica a obra, a placa (talvez o busto) e a dívida. Dentro daquele princípio, ao que parece inventado em Ourém, quem o vai utilizar que o pague!

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Uma última nota. Sobre o que considero preocupante ou, até, assustador:
Parece que vai haver um “espaço de mostra na antiga cadeia”, onde o Presidente da Câmara terá dito (está entre aspas) “que se diz que os videntes de Fátima foram interrogados”.
O amigo Henrique de Oliveira Santos, filho de Artur e estrénuo defensor da verdade histórica com que conviveu, está no limite das suas forças. Mas eu ainda me sinto com algumas para procurar evitar, ou pelo menos denunciar, (mais uma) forma de tentar tornar uma mentira numa verdade histórica.

1 comentário:

josé manangão disse...

...E achas que vale a pena, gastar energias com defuntos, não ressuscitados!
Abraço