domingo, 8 de março de 2009

Transparência, inconsciência, autismo e um pouco de surrealismo

  • Fiquei francamente bem impressionado com a transparência do PSD de Ourém.
  • Dar a conhecer o número dos seus militantes e como eles votaram é de realçar.
  • Ficar a saber que são 524 os militantes do PSD neste concelho - que tem sido verdadeiramente um suporte eleitoral deste Partido - surpreende.
  • Com tantos milhares de votantes - à volta de 12 mil para as autárquicas e ultrapassando 20 mil para Cavaco Silva - tem grande significado haver tão poucos militantes.
  • E que, de tão poucos militantes, apenas um em cada cinco se incomode em escolher os seus dirigentes partidários ainda mais surpreende.
  • A justificação de só haver uma lista não colhe, a não ser como sinal evidente de despolitização, de despartidarização, de ausência - até entre os mais conscientes e participantes - de consciência e de participação.
  • E em ano de eleições!
  • 98 elegeram 19 porque 10 votaram em branco, num concelho de 50 mil habitantes.
  • Algo corre mal no "mundo do PSD".
  • O que pode não ter tradução nos resultados eleitorais.
  • No entanto, é um sinal dos tempos e um verdadeiro libelo acusatório para os partidos que têm feito "desta democracia" uma forma de afastar os cidadãos (até os que em si votam) da actividade política.
  • E se impressiona bem a transparência, esta completa-se pela prova de inconsciência, pior: de autismo, que é o comunicado que o PSD-Ourém divulgou.
  • nesse comunicado não se sabe, com base no "apoio massivo dos militantes" (!), quem saúda quem, quem elogia quem, quem apoia quem, porque a assinatura é do... Partido Social Democrata que não existe para lá dos militantes, dos que escolhem os seus dirigentes, dos orgãos que estes compõem.
  • De qualquer modo, o que me preocupa é a satisfação que parece resultar de uma concepção de democracia vazia de cidadãos a participar... o que é a negação da democracia.

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