Cometi a imprudência de, antes de me deitar, ler o NO, e em particular as duas páginas dedicadas ao futuro do desporto para Ourém. Não resisto a um breve comentário, roubando tempo ao escasso tempo para dormir.
Não faço este comentário como candidato da CDU porque o prof. João Filipe respondeu ao questionário, em nome da coligação por que somos candidatos, e concordo inteiramente com as suas respostas. Faço-o a título estritamente pessoal. E só assim o faria, como sempre se pautou a minha intervenção cidadã enquanto fui presidente da direcção do Juventude Ouriense, sempre "separando as águas".
Ler o que os candidatos do PSD e do PS dizem faz-me sentir num mundo de ficção, para não dizer de mentira. Durante quatro anos fui presidente do JO, já tendo sido antes do Conselho Fiscal, a que voltei, com a satisfação de ter deixado a direcção muito bem entregue. Nesses quatro anos, tive a grande alegria de, com os praticantes e os meus companheiros de direcção, termos conseguido alguns feitos notáveis, quer na formação quer na competição, com notoriedade particular para duas épocas na 1ª Divisão Nacional de hóquei em patins (mas outros feitos, na patinagem, na natação, no futsal, nas camadas de formação de nenhum modo desmerecem essa inesquecível e digna presença oureenseno mais alto escalão do desporto nacional)
Mas a experiência foi muito dura. Da parte da Câmara-PSD, por vezes senti, mais que falta de apoio, hostilidade personificada no Presidente da Câmara, David Catarino, da parte do Governador Civil-PS houve, primeiro, o acabar com um subsídio que o clube recebia do anterior Governador Civil, e o adiantar de promessas que nunca se cumpriram, foi, depois, a falta de resposta a ofícios e convites, a aparente ignorância da existência da colectividade. Com a agravante do candidato do PS, que era o Governador Civil, vir agora atacar a Câmara, servindo-se do Juventude Ouriense como exemplo de falta de apoio desta ao desporto oureense. Não qualifico a postura.
Pior ainda foi, entre os dois mandatos, uma clara e lamentável tentativa de partidarizar a direcção da colectividade, o que então se evitou, tendo-se criado as condições para a solução de sucessão encontrada, em que o JO continua a ser, como foi durante os dois mandatos em que estive à frente da direcção, absolutamente despartidarizado.
E é quase chocante confrontar essa experiência, essas vivências, com afirmações para o futuro como se o passado e o presente não tivessem existido e com aqueles protagonistas. O candidato à sucessão na Câmara ignorando o que foi o calvário do JO face ao executivo que integrava (não obstante esforços baldados que fez para não fosse pior ainda), o candidato "à mudança" fazendo-se esquecido do seu comportamento relativamente ao JO enquanto Governador Civil (apesar de justas as referências feitas como exemplares).
Haja comedimento!
Resta esperar, quanto ao futuro, e desse deveriam ter falado sem deturpar ou apagar o passado, que estar a direcção do JO liberta de quem poderia ter sido o causador da animosidade incontestável pas forças que representam, como candidatos, participem em executivos que tenham outro comportamento.
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a tempo: antecipo, para encerrar e não "dar corda" ao que eventualmente possa aí vir, que o requentado argumento-acusação de que "sou queixinhas" não me inibe, porque o que faço é não me calar quando tenho o facto, a realidade, a darem-me força para denunciar o que entendo dever fazer, esteja eu implicado ou não.
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