sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O direito ao suicídio

A resposta dada por Paulo Fonseca ao Jornal de Leiria, sobre a sua não autorização a que Vitor Frazão falasse, como vereador, na última Assembleia Municipal é, numa palavra, lamentável.
Se a intenção fosse a de fazer humor, seria de péssimo gosto e revelador do maior desrespeito por um adversário político e... colega de vereação. Mas não foi.
Tendo sido "a sério", dizer que não se deu a palavra a alguém para o defender da sua propensão para o suicídio verbal demonstra uma arrogância e uma desonestidade intelectual que coexistem muito mal com funcionamentos que se queiram com um mínimo de democracia.
E, consciente de todos os riscos de interpretação que corro, deixo duas observações:
- mais difícil que saber perder parece ser saber ganhar;
- esclareço que não recorri à alínea a) do ponto 4. do art. 43º do Regimento (como o teria feito relativamente a situações semelhantes em anteriores mandatos) por Vitor Frazão ter dado a indicação que falaria do público (o que não fez), além de que outros membros da assembleia estariam em melhores condições para usarem tal figura regimental.

4 comentários:

Fel de cão disse...

Olhe que não! olhe que não!... Eu não sou um Democrata "Puro"...e há por muita gente que quieta e calada está melhor... Mas se o meu amigo quer ser "bombeiro" prepare as mangueiras e a água porque (espero não me enganar) vem ai muito fogo.Mas também foi por isso que todos o queriam no local em que está...

Luís Neves disse...

20 anos de poder contribuiram para fazer crescer a arrogância até ao insuportável. E o que dizer daqueles que, em apenas um mês, conseguiram adoptar os mesmos tons?!
Na minha opinião, os lugares deviam ter sido descontaminados.
Um abraço de vingança

Unknown disse...

Mas o Presidente da Câmara continua a interferir na condução dos trabalhos da Assembleia?

Deve escapar-me algum pormenor legal, porque eu achava estas interferências uma idiossincrasia da democracia-absolutista oureense no reinado do rei David (muito antigamente, antes mesmo do rei Salomão).

Afinal estarei enganado, porque ou a maioria PSD resolveu meter-se voluntariamente no chinelo do Paulo Fonseca, ou há mesmo um qualquer artigo na lei a dizer que compete ao Presidente da Câmara autorizar ou não autorizar um vereador (mesmo que da oposição) a intervir na Assembleia Municipal.

Sérgio Ribeiro disse...

Fel de cão - Um abraço. Mas quem é decide que um qualquer deve estar quieto e calado porque é melhor para si próprio? Não lhe lembra nada?
Quanto a ser "bombeiro"... sou sócio da AHBVO, com as quotas em dia, e há muitos anos que não receio "queimar-me", venham de onde vierem os fogos.
Obrigado pelo TODOS da última frase... mas olhe que não, olhe que não, olhe que nem todos!