domingo, 17 de janeiro de 2010

Pasquim e arauto

Há um pasquim oureense (o título é deles), em que um arauto (de quê?) me dedicou duas mensagens.
Respondo? Não respondo? Estou como o Miguel Torga: respondo!… não sou nenhum santo, e não quero assemelhar-me ao velho leão que aceita sem reagir coices de asno.
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Nessas mensagens, tenho a “honra” de me ser dedicada uma etiqueta... que é o que mais me põem, mas até agora era só uma, a de “comunista”… embora algumas vezes adjectivada. No pasquim, a minha etiqueta é a de “faz aquilo que eu digo”, e o arauto, além dessa, começa as duas mensagens por me colocar outras, como a de ser o protótipo da “hipocrisia de uma certa classe, meia elitista e com tiques de burguesia”. Já lá vamos esclarecer isso, agora respondo a outras coisas…
As duas mensagens são de sexta-feira, e a primeira é sobre o Haiti ser aqui ou nas Caraíbas. Segundo o arauto, a minha hipocrisia é tanta que escrevi um post sobre o Haiti sentado num sofá e a beber meio cálice de aguardente velha. Enganou-se, mas até podia ter acertado porque gosto de aguardente velha, embora seja mais para o bagaço... No entanto, como poderia ele saber como eu estava na velhínha casa do Zambujal, estando – como decerto estaria – lá longe, no aeroporto de Port au Prince, a dar toda a sua ajuda ao povo haitiano?! E também acho interessante a plasticidade com que conseguiu meter a “minha” Sibéria (tinha de ser!, ou a Hungria, ou a Checoslováquia, ou a Coreia do Norte) no Haiti dele. Simplesmente ridículo.
No segunda mensagem do dia, a coisa fia mais fino. A referência à primeira reunião da assembleia municipal é de chapada máItálico fé. Ou então de total ignorância do que queira dizer mudança. Com a réstia de benefício da dúvida que quero reservar, aconselhava segunda leitura. Já quanto ao Congresso, há afirmações que têm de ser totalmente refutadas. Participei, de corpo e intervenções inteiras, na primeira reunião da Comissão Organizadora, colaboração e, a partir dessas opiniões, fui incumbido de uma tarefa (a apresentação de um texto com regulamentocongressual), que cumpri escrupulosamente. Mantenho toda a disposição de colaborar, sem negar quaisquer responsabilidades (aliás, a exemplo de outro congresso), e não é um qualquer arauto, desinformado ou mal informado, que pode negar esta minha disposição. Porque é Por Ourém.
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Quanto a ser burguês, aceito… desde que se acrescente que pequeno sou. Nasci assim e assim cresci. Depois, tomei partido, contra a burguesia, e nunca hesitei em colocar em perigo as vantagens de ter nascido pequeno burguês, nunca estas tendo condicionado a minha postura e acção.
Para terminar (deveria ter começado?), acho de um inqualificável mau gosto essa da “teoria do sofá e de como se está confortável sentado nele com o comando na mão e pantufas calçadas e ter quem nos traga uma bebida quente numa noite fria... “. Cá por casa, não é assim, e nunca na minha vida foi!
E ouçam esta:

3 comentários:

Maria disse...

Deixo-te um abraço muito apertado. Sabes porquê...

Sérgio Ribeiro disse...

Sei! e muito te agradeço a palavra e o abraço amigos.
Há gente assim, e a nenhuma sou indiferente.

Beijos

Luís Neves disse...

Oh Sérgio tu tens face, não és um "ardina" fantasma! Já tinha lido a provocação! Não liguei mas pensei para comigo: o Sérgio vai responder! Não vai conseguir deixar de responder! Se fosse eu não responderia! Mas quem sou eu?!
O "pasquim" surge agora, bem identificado nos baixos objectivos, ocultando a linha partidária que mostra em cada linha e anónimo, pois claro: em Ourém o medo continua! Ou talvez não seja medo... outra coisa! Não digo!
Parabéns pela tua coragem em amares uma terra que tantos amigos te dá mas em que ainda há "pasquizitos"!
Um abraço de reconhecimento