terça-feira, 3 de novembro de 2009

Por um concelho-"ponte"

Em ocastelo, Sérgio Faria coloca um oportuníssimo "post", de que se recomenda a leitura aqui .
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Entretanto, também parece oportuno lembrar muitas intervenções que, ao longo de décadas e a título individual ou em situações de campanha eleitoral, tenho feito, como na mais recente em que, numa brochura com textos de apoio da candidatura CDU por Ourém, escrevi, sobre este tema que considero da maior importância, diria infraestrutural, para o concelho de Ourém:
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Se na divisão administrativa-económica do País há concelhos, realidade autárquica ancestral, que sofrem com o desnorte verdadeiramente suicidário do ordenamento do nosso território, Ourém é um deles. E, decerto, dos mais prejudicados por esse desnorte.
Os distritos são divisão administrativa obsoleta há mais de 4 décadas. Têm vindo a ser esvaziados de sentido e de intervenção na vida real apenas usados para efeitos políticos, para servir clientelas partidárias, para preencher (mal) vazios de ordenamento numa dinâmica de ir mudando, governo alternando com governo, para que tudo fique na mesma, na base de… distritos.
Ourém é exemplar. E deveria ser exemplo e estímulo para outra dinâmica, que servisse o País, as populações. Entre os distritos de Santarém, a que pertence, e o de Leiria, a que poderia (e tantos dizem deveria) pertencer, é ignorado por aquele (embora os partidos ditos do poder cobicem as suas dezenas de milhar de eleitores e tudo condicionem à “caça ao voto”), e não beneficia do seu distrito natural (se o é…) sendo, por vezes e quando convém, tratado como se dele fosse.
Nesta situação de “entre duas cadeiras”, que se prolonga há décadas, o poder local, na ausência de um escalão intermédio região, tem usado de um oportunismo bacoco e espertalhaço, sem quaisquer vantagens. Antes pelo contrário.
Já se conheceu o concelho de Ourém como da Estremadura, da Beira Litoral, do Centro, do Ribatejo (por via do distrito e de concelhos limítrofes), já pertenceu a mais que uma associação de municípios (até, pasme-se…, simultaneamente), a áreas metropolitanas que ficaram “no tinteiro” e, agora, parece que é de uma coisa chamada Médio Tejo.
Há que tomar uma posição séria e firme, que faça com que este concelho, formal e administrativa-economicamente, passe a ser, enquanto espaço de transição, um concelho-“ponte”, como, apesar de tudo, o vai conseguindo ser.
Há que ser claro nesta posição, de que decorre a necessidade duma instância regional que una em vez de dividir e, nela, Ourém seja elo de ligação.

1 comentário:

Luís Neves disse...

Esta coisa das divisões administrativas, que estiveram para ser unidas/reorganizadas em regiões, e que não o foram porque uns ilustres "amarcelados" e "assoarados" defenderam de têves em riste as suas lisboas, é uma coisa que, se a memória não me engana, trazemos do princípio do sec IXX. No nosso caso, eu, que sempre estive vinculado à diocese, acho que os padres tiveram mais visão!
Que haja referendo! Os povos não estão com os políticos: Ourém, Fátima, Leiria, Batalha, Nazaré, Bajouca, Pombal, Figueira, Coimbra são as terras para as quais eu tombo! Lisboa não! Eu sou da paisagem!
A regionalização é necessária para unir e optimizar recursos. No último referendo conseguiram passar a ideia que era para dividir e gastar mais dinheiro.
Ourém não pode ficar isolado, a algum lado vai ter de pertencer: que não fique refém de contabilidades eleitorais a bem de alguns, mas que fique no seu lugar natural a bem de todos.
Temos de trocar umas ideias sobre o assunto