Sobre a realização, já algo adiantei da minha opinião, apenas acrescentando agora que, a título de exemplo, cada relator interpretou à sua maneira como transmitir o relato do que se passara nas respectivas secções temáticas, pelo que não convergiram num contributo para a consolidação do que fora exposto e/ou se debatera.
O discurso final do Presidente da Câmara era aguardado com alguma expectativa pelas oscilações que teve a organização e objectivos do Congresso.
O Congresso começou por ser promessa de campanha eleitoral e, depois, por se apresentar, quando se apresentou como iniciativa institucional, ligado à auditoria financeira, o que seria um enorme erro. Mas o facto é que o erro apenas parcialmente se corrigiu, porque o discurso do Presidente da Câmara, no final do Congresso, de certo modo o recuperou.
O que poderia ter sido, se a tempo tivessem estado disponíveis informações, um suporte ou um avaliado constrangimento para delinear opções estratégicas, continuou a ser “arma política” que nunca podia substituir o balanço e a prospectiva que se devia esperar, ainda que a traços muito largos.
Aliás, a intervenção de Paulo Fonseca foi um discurso político e pouco um encerramento de Congresso. Na minha opinião (valha o que valer…), a informação de 12 milhões de euros como dívida de curto prazo nem no início do Congresso lhe teria trazido qualquer contributo. É preciso saber muito mais, e o que se pagou (ou irá pagar) pela auditoria terá de ter bem maior utilidade, embora nunca podendo substituir o rico diagnóstico para opções estratégicas para o concelho que se poderia (e poderá!) retirar do que foi o Congresso.
Sublinho que, depois do que foi dito, por exemplo, sobre a situação da indústria e Vilar dos Prazeres, da hotelaria em Fátima, do património relativo à agricultura e à floresta, aos recursos naturais e ao PRODER, a afirmação de que as empresas têm de ter “dimensão, inovação, internacionalização” para “alavancar” e a frase bombástica “quem não estiver internacionalizado, morreu” – após a afirmação da necessidade de captação de investimento no exterior, como se aí estivesse a salvação da Pátria –, ilustram um discurso que pode ter excelente imagem, muita receptividade e provocar adesão e ilusões, mas nada promete relativamente ao que (na minha opinião, claro!) o concelho e o país precisam.
Para terminar, o anúncio de um “festival de latinidade” para se “cheirarem oportunidades de negócio” lembra que há por aí muito negócio a cheirar mal…
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